Muros, abismos e pontes

Na infância experimentamos a utilidade dos muros emocionais, aquela defesa confortável geralmente proporcionada pelos pais ou responsáveis. O resguardo que precisamos por um certo período, antes de estarmos prontos para os abismos da vida.
Na juventude ficamos maravilhados ou desesperados diante dos abismos do mundo. Nas relações o abismo é fatal, seja ele entre mãe e filho, irmão e irmã, aluno e professor, homem e mulher, ou qualquer par.
E é na maturidade emocional, completamente alheia à cronológica, que encontramos as soluções e infinitas possibilidades proporcionadas pelas pontes. O elo necessário, a ligação capaz de superar qualquer abismo.
Não há um guia para dizer em que momento estamos prontos para romper o muro, despencar no abismo e construir pontes sólidas. O abismo assustador para um pode ser a libertação para o outro que esteve cercado por muros. Alguns preferem viver atrás de muros e nunca ter que enfrentar um abismo, e sendo assim, não precisarão aprender sobre pontes.
E um belo dia diante da constatação extraordinária de ter estado rodeado por muros e ter se aventurado por abismos, sabiamente aprendemos a construir pontes.
Vamos ao longo da vida nos especializando em construção de elos diversificados, cruciais à sobrevivência emocional. Percebemos o valor dos laços que não podem jamais ser desfeitos, apenas aprimorados. Os mesmos laços e pontes que não saberíamos apreciar se não tivéssemos estado entre muros e despencado em abismos.
O sentido do amadurecer é poder olhar para trás e apreciar a magnitude das pontes que construímos e a sutileza poderosa dos laços que fomos capazes de estabelecer. Que saibamos apreciar os muros, os abismos e as pontes!
Maturity doesn’t always come with age; actually, it’s deeper than age. It’s about the way we see and understand things. The way we consider others. The way we communicate. The way we react. The things we value. The things we entertain with. The way we amuse ourselves. The way we are as adults. Everyone grows old, but not everyone is growing up.


by Ale Madia

Comentários