Memória olfativa: uma criança viva!
Os aromas nos
fazem reviver momentos, recordar lugares e sentimentos. Eles nos lembram de
pessoas e permitem um passeio pelo tempo. Quem não se lembra de algumas festas
de aniversário de sua infância e de todos cantando “parabéns” quando sente o
cheiro de vela recém apagada?
No ritmo
acelerado em que vivemos poucas vezes paramos para apreciar a intensidade de um aroma, porém basta senti-lo para que venham à tona recordações. Até mesmo
quando não estamos despertos!
Quem nunca
acordou por ter sentido o cheiro de pão, café, bolo, perfume? Quem nunca sentiu
o “cheiro de chuva”? Aquele “cheiro de grama molhada”? O “cheiro do mar”? E o
prazeroso “cheiro de piscina”? Na verdade os aromas ou odores são de alimentos,
essências, fenômenos naturais, sal, cloro, não importa. O que importa é a
sensação de conforto ou desconforto que eles provocam.
Fechar os olhos
permite enxergar melhor. Permite sentir. Respiramos sem prestar atenção; no
entanto bastam alguns segundos para notarmos que o olfato desencadeia o gatilho
da memória olfativa também.
Hoje o meu
passeio foi por muitos lugares. Estive revisitando através de minha memória
olfativa as agradáveis ruas de Bruxelas com aquele cheiro de chocolate do
waffle Belga. Estive no circo que cheirava à pipoca e algodão doce. Estive em
restaurantes degustando vinhos e espumantes. Estive na casa das avós; cada uma
com sua especialidade para cativar! Estive em um pomar. Estive caminhando pela
praia em Nice com “cheiro de protetor solar”. Abri minha lancheira escolar.
Também estive
próxima a incêndios e só de pensar lembrei que tenho asma; estive fazendo
inalação. Estive esperando churros de doce de leite ficar pronto! Passei o dia
na hípica! Segurei novamente meu filho no colo com aquele “cheiro de bebê”. Estive
em jardins floridos e na Marginal Tietê. Recebi um buquê!
Nestes breves
minutos enquanto escrevia viajei quilômetros sem nem perceber!
by Ale Madia
”The sense of smell can be extraordinarily evocative, bringing
back pictures as sharp as photographs of scenes that had left the conscious mind”.
Thalassa Cruso
“A nose that can see is worth two that sniff”. Eugene
Ionesco
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