Viajar
Deixar o lugar onde
se está, explorar novos países, visitar outro local, aprender outras línguas,
experimentar outros sabores, vivenciar espaços, expandir o horizonte, sentir a
vida pulsar ao invés de vê-la passar. Há algo mágico quando se cruza a
fronteira do conhecido, quando a deixamos para trás, quando podemos perceber o
quanto de desconhecido ainda há em nós mesmos. Viajar me faz repensar tudo!
Tudo aquilo que havia estabelecido, tudo aquilo que havia sentido, e
principalmente, rever tudo aquilo que pensei ter aprendido. É uma eterna
sensação de desconfigurar, desarrumar e rearranjar; tudo o que está dentro e já
não cabe mais. Observar que tudo que está fora pode e deve ser renovado,
modificado, criado.
“Like all great travelers, I have seen more than I
remember, and remember more than I have seen.” Benjamin Disraeli
Viajar é uma
necessidade da vida, um caminho sem volta quando se começa; o questionamento e
a observação se tornam constantes. Viajar é abandonar para sempre a zona de
conforto que habita em nós e a que nós habitamos. “At its best,
travel should challenge our preconceptions and most cherished views, cause us
to rethink our assumptions, shake us a bit, make us broader minded and more
understanding.” Arthur Frommer
Viajar é saber
que não mais “somos de algum lugar”, mas “estamos em algum lugar”, por algum
motivo, por algum período, até a próxima partida. É descobrir que não
pertencemos mais a um só lugar e que nenhum nos pertence. É uma sensação de “não
estar contido”, é ser expulso para sempre do conjunto A, e também do B, do C e
etc. É estar constantemente de passagem. Estou falando sobre viajar, não sobre
cumprir roteiros estabelecidos por guias e visitar pontos turísticos. “It
is not down in any map; true places never are.” Herman Melville
Estou afirmando
que viajar é, antes de mais nada, explorar o que se tem vontade, suprir a
legítima necessidade, mergulhar na particularidade e na singularidade do local
visitado. “If you reject the food, ignore the behaviour, fear
the religion and avoid the people, you might better stay at home.” James
Midener
Cada um
experimenta um país de um jeito, cada um tem “à sua maneira” de viajar. Os que
cruzam sempre as mesmas fronteiras e visitam sempre os mesmos lugares, ou seja,
apenas circulam entre suas zonas de conforto, não viajam; se movimentam. “Traveling
forces you to trust strangers and to lose sight of all that familiar comforts.”
Não há regras, cada um estabelece a sua.
Não há certo nem errado,
apenas maneiras diferentes de fazer com que a experiência seja enriquecedora,
transformadora, única; ou reconfortante.
O
viajar-explorar pode inclusive ser para perto, para o clube vizinho, para o
bairro próximo, para a cidade adjacente, para o território abandonado e não
mais habitado por nós. Este viajar que acrescenta depende do olhar de cada um,
depende da troca entre pessoas, do dividir e do descobrir. Depende do quanto se
está disposto a expandir as próprias fronteiras e testar os próprios limites. “All
journeys have secret destinations of which the traveler is unaware.” Martin Buber
Viajar é se
deixar fascinar e nunca mais poder ser a mesma pessoa depois da viagem. É
respirar outros ares, deixar uma parte de si mesmo por onde passou e carregar
partes das viagens em tudo que faz. Viajar é partir de um lugar para outro e
quando, e se voltar, constatar que nada mais será igual; caminho sem volta. Viajar
para mim é como poder respirar!
“Quit your job, buy a ticket, get a tan, fall in love,
and never return. The world awaits!”
by Ale Madia
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