Paradigmas e dom
Interessante
notar como se estabelece um padrão; comportamental, cultural, tecnológico,
experimental, moral, seja ele de qualquer tipo em qualquer situação. A
padronagem surge, ou melhor, é criada e difundida por pessoas com
características peculiares que solidificam entre as demais aquilo que quiserem.
Uma vez estabelecido, o padrão torna-se quase regra e tudo que com ele não
estiver condizente passa a ser considerado destoante ou mesmo aberrante.
O mais
interessante ainda é observar e perceber que os indivíduos que ousam criar,
reconfigurar ou modificar padrões são líderes natos. Há também quem tente
influenciar padronagens de maneira impositiva; porém neste caso ela raramente
se consolida. E claro que há seguidores de padronagens concebidas, que são por
elas orientados e tornam-se difundidores ou propagadores.
Padrão na moda,
padrão de beleza, padrão de cores, etc. Sempre há espaço para o disruptor, que
causa estranheza num primeiro momento, aceitação num segundo momento, e
finalmente replicação e em certos casos idolatria. Aqui o padrão se torna
referência; explícita.
Padrão moral, comportamental,
cultural, etc. Nestes há sutil diferença das características do líder ou do
grupo que lidera, e forte apreço entre estes e os apoiadores. As rupturas são
raras e mais lentas e a mudança de padronagem se alonga no tempo. Aqui temos um
paradigma que é quase uma norma; implícita.
Padrão tecnológico,
laboral, conceitual-mercadológico, etc. É onde mais acontece disrupção funcional,
e também onde mais se tem rápida aceitação e multiplicação sem muito
questionamento, posto que a padronagem aqui é algo palpável, concreta. Aqui o
padrão é percebido como modelo oficial.
Paradigma,
padrão, norma, referência, modelo; são todos orientadores. Alguns
explicitamente enquanto outros implicitamente. O curioso é que os padrões
explícitos são mais maleáveis e propícios às modificações. Já os paradigmas
implícitos não se sujeitam à mudança tão facilmente. Estabelecer padrão é para
quem tem um dom. Seguir um dado padrão é para quem requer aceitação. Propagar
um certo padrão sem o questionar é para quem precisa de orientação. Idolatrar um
padrão é para aqueles que sofrem distorção de percepção. Modificar um dado
padrão é para quem é capaz de conjugar a visão, o questionamento, a percepção,
a orientação, a aceitação e a disfunção; sem subjugar-se. Este é e sempre será
o paradigma para a construção de um novo padrão. É e sempre será um dom!
by Ale Madia
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