Drogaria adversa


A utilidade do avanço conquistado pelos produtos farmacêuticos é inquestionável, bem como a sua contribuição para a saúde geral. Mercados inteiros foram criados e moldados para esta crescente demanda por produtos químicos lícitos e prescritos pelos médicos. O avanço na medicina tradicional foi caminhando lado a lado e alimentando a indústria farmacêutica. E as pessoas foram se habituando a obterem receitas para poder adquirir a solução em cápsula para suas disfunções fisiológicas, para suas dores físicas e para seus distúrbios mentais, para controlar seu bem-estar. Com o uso corrente e generalizado de medicamentos as pessoas foram deixando de lado, quase que completamente, suas crenças, e sua sabedoria baseada na escolha de produtos naturais capazes de suprir as necessidades e desequilíbrios do corpo e da mente. As cápsulas farmacêuticas atendem prontamente essas necessidades, porém são também as desencadeadoras de processos adversos.
Os efeitos colaterais indesejados, as reações adversas ignoradas, as instruções das bulas já não assustam tanto quando as pessoas se habituam a elas. A menos que estes desagradáveis sintomas causados pelos medicamentos provoquem mais distúrbios e malefícios que o bem que supostamente deveriam proporcionar. Alguns estudos robustos também foram feitos com base em medicina alternativa, dita natural e menos nociva à saúde. A comunidade científica percebeu que o que está contido nas bulas é preocupante e tentou, com algum sucesso, vias alternativas às drogas lícitas. Algumas pessoas foram convencidas a experimentar os caminhos naturais, mais longos e nem tanto promissores quanto a praticidade das cápsulas químicas facilmente disponíveis. Para alguns a solução, para outros apenas distração sem êxito. Para a potente indústria farmacêutica desinteressante e para alguns médicos desorientador.
O fato é que os efeitos maléficos demoram a ser percebidos ou assimilados pelos pacientes e quando o são a dependência se tornou um pêndulo no equilíbrio da saúde. A decisão de tentar uma alternativa segura e viável nem sempre é fácil ou está disponível. A dependência consolidada de medicamentos precisa ser enfrentada tanto por pacientes quanto pelos médicos, quase como uma parceria, na tentativa de solucionar os desafios impostos pelo corpo humano. A mudança de prisma exige determinação, coragem e em certos casos assunção de algum risco. Assumir risco não é conveniente, mas é uma decisão e precisa ser consciente.
O equilíbrio é possível. Conhecer os sinais do próprio corpo exige observação constante e dedicação. Nem todos os pacientes e médicos estão dispostos a isto. Para cada escolha haverá consequências perceptíveis a curto ou a longo prazo. O corpo humano e a mente possuem capacidades formidáveis de adaptação, de reação, adversa ou não. A medicina tem feito descobertas cruciais e proporcionado longevidade e tratamentos antes inconcebíveis. O funcionamento do corpo humano tem passado por mutações e adaptações impostas por novos hábitos nunca antes vistos. Ainda assim a solução para as adversidades da drogaria atual impõe a cada um de nós a busca desperta e honesta por um bem-estar menos dependente da indústria química. A drogaria adversa precisa ser coadjuvante, enquanto o ser humano deve ser o principal, não o inverso. Sem hostilidade, nem favorabilidade, apenas o tão almejado e árduo equilíbrio entre a utilidade e a real necessidade dos fármacos quando o assunto for saúde.  
by Ale Madia

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