Tecido urbano-social
A interação
entre o tecido urbano constituído e o modo de viver é um tema muito peculiar
que desperta meu interesse há anos, e que somada ao tema do processo de
integração e impacto da inovação tecnológica atual, merece reflexão. Em toda
área urbana há também cultura disseminada, em toda paisagem em seu estado
natural encontra-se também oportunidade para construtivo usufruto humano, ou
ainda, degradação. A maneira como a sociedade vivencia o espaço está sempre
intimamente ligada aos seus costumes, em todos os aspectos. E sua cultura
estará sempre refletida também no planejamento e na constituição do tecido
urbano. O planejamento urbano engloba inúmeras variáveis e crescentes desafios,
sendo um trabalho em constante mutação. Arquitetas, urbanistas, gestores
públicos, sociedade civil organizada e outros tantos atores precisam estar em
sintonia, num diálogo constante que não seja excludente, e que seja pautado no
pleno gozo da cidadania e também na qualidade e acessibilidade dos espaços de
convívio. Partindo do macroplanejamento urbano, passando pelo uso racional do
solo e pelos empreendimentos imobiliários, considerando os importantíssimos
fluxogramas dos transportes, alocando infraestrutura apropriada, encontra-se o
cidadão. O cidadão usuário e ao mesmo tempo interventor desta dinâmica urbana,
e por isso a malha urbana será sempre um desafio também social.
Não há como
dissociar a cultura da paisagem, seja ela urbana ou rural. Não há como estudar
planejamento urbano sem considerar uma sociedade específica num dado contexto
histórico. Não há como ignorar a questão da gentrificação nem como a exploração
de povos nativos. Não há como pensar em solução pacífica de convivência baseada
na especulação imobiliária. Não há como garantir preservação e uso responsável
de recursos naturais com solução imediatista sem planejamento de longo prazo. E
novamente, não há planejamento concebível se não incorporar o tecido social. A
razão de ser do projeto é o ser social. Estabelecida esta partida é necessário
também considerar não apenas a qualidade conceitual do planejamento, mas a
compatibilidade entre este e a habilidade de adequação cultural e econômica,
bem como seu impacto social. Tema complexo e desafiador que me motivou a
iniciar, finalmente, uma nova jornada de estudos, reflexão e especialização,
mas que também serve de convite para você repensar seu convívio urbano-social e
o uso de recursos naturais e materiais intrínsecos à malha urbana em que vive.
Cada cidadão pode oferecer sua contribuição, seja ela uma readequação ou uma
nova interação. Afinal, o cidadão é o centro da questão!
by Ale Madia
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