Singularidade de um jardim
Gramado
impecável, verde e exuberante!
Flores belas e
em sintonia plena!
Folhas
abundantes das árvores imponentes!
Pássaros livres
e sempre presentes!
Assim é o
jardim.
Pessoas por ele
passam.
Algumas
observam este jardim mais atentamente, enquanto outras ignoram sua imponência
doce e agradável.
Visitantes o
admiram, uns mais que outros.
Animais, deste
jardim se nutrem.
Amigos nele se
encontram e assim o jardim se torna um confidente.
As estações do
ano passam e dele se apropriam, gentilmente.
O jardim conhece
os ciclos; os naturais e os da vida alheia.
Ele já
presenciou o bastante para saber retratar e traduzir cada olhar.
Os relatos do
jardim são descrições.
O jardim
descreve aquilo que percebe.
Ele entende e
analisa silenciosamente.
O jardim não
mente.
Ele convive com
gente e é muito paciente.
O jardim
compreende cada olhar; até mesmo os distantes, os preocupantes, os aguçados, os
apaixonados, e tantos outros com ele trocados.
O jardim pode
ser interpretado e relacionado; superficialmente julgado por sua aparência ou
cuidadosamente admirado por sua mais pura essência.
E para cada
olhar atento ou desatento o jardim, compreensivelmente, oferece o mesmo.
O jardim
proporciona a cada um uma experiência distinta.
O jardim sabe,
por sua natureza, que cada nutriente colabora em sua própria hora.
O jardineiro
sabe quando plantar, como regar e, sabiamente, se deve colher ou nutrir e
manter.
O jardim retrata
a infelicidade dos que nele enxergam apenas a própria vontade e a incapacidade
de apreciar um ciclo.
O vizinho o
julga apenas quando está em sua fase mais bela.
O visitante
somente o exalta quando está disposto ou convém.
Aquele que o
cultiva aprendeu a desempenhar suas interações no tempo necessário.
Os transeuntes
por vezes desperdiçam oportunidades de observação e contemplação.
O jardim,
assim, reflete a natureza de cada um.
O jardim pode
mudar cada olhar.
O jardim pode muito
ou nada despertar.
Ele também pode
acomodar ou incomodar.
Cada um pode
vivenciar o jardim de acordo com o seu olhar, o seu cuidar, o seu notar, o seu
doar.
Cada um pode
retratar o mesmo jardim de uma maneira peculiar.
O jardim, que
muitos irão apreciar, poderá ser o mesmo que outros irão depreciar, desaprovar
ou ignorar.
O jardim está e
sempre estará, para cada um, sob um diferente olhar.
Um jardim
singular!
by Ale Madia
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