Caridade natalícia


A benevolência reaparece no período de Natal, quase como uma missão; a missão da caridade natalícia! Será mesmo? Basta olhar ao redor para perceber a superficialidade de muitas bondades. Abundância de propagandas do bem; viva a compaixão! Se olhar com um pouco mais de cuidado a observação revela que a aparente virtude não passa, muitas vezes, de necessidade quase que imposta pela cultura-religião. Quantas pessoas estão praticando o bem? Quantas estão constantemente contribuindo para a melhoria de vidas alheias sem a presença dos holofotes? É preciso que seja Natal para que a prática do bem seja exercida? A caridade é somente natalícia?
Amar o próximo exige de cada um bondade genuína e generosidade. Colocar os próprios interesses de lado para ser capaz de contribuir e oferecer aquilo que tem – amparar aquele que precisar; doar-se. Não deve ser uma obrigação, tampouco motivo para exposição ou divulgação. Fazer o bem está relacionado ao bem que cada um carrega em si. Cada um oferece aquilo que tem. O bem não deve ser temporário, superficial, provisório, passageiro. O verdadeiro bem não é leviano, aparente, ligeiro. A bondade, legítima, é aquela que perdura, que está em cada palavra de apoio, em cada gesto ou até mesmo no silêncio respeitoso.
O Natal foi eleito para ser a época de praticar o bem. Não haveria equívoco ou prejuízo se a bondade pudesse ser entendida como uma ação permanente. Ser verdadeira é ser íntegra. Se não puder ser bom o ano inteiro para você mesmo, não poderá ser no Natal. A brandura não precisa ser exclusividade natalina! A caridade é plenamente compatível com todas as sazonalidades! Refletir sobre a própria bondade é um interessante exercício natalino!

by Ale Madia

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