O protagonismo da gramática


O conhecimento da gramática e seu uso adequado e correto, em qualquer idioma, em qualquer situação, na escrita, na verbalização de ideias – na comunicação e na expressão pessoal – são cruciais para qualquer linguagem que se pretenda bem-sucedida. A gramática deve ser um dos pilares fundamentais de uma educação consistente e guardiã de um idioma enquanto cultura. O respeito à gramática ou o desrespeito muito podem demonstrar, bem como o conhecimento gramatical e seu desuso. O desconhecimento, por sua vez, é igualmente preocupante. As regras gramaticais existem para que a comunicação possa ser eficiente; e deveriam ser também abrangentes para todos os usuários de uma dada língua. Não é o que ocorre, por muitos motivos e devido a inúmeros problemas. Todo idioma evolui e incorpora em maior ou menor proporção a evolução de sua sociedade, refletindo sua capacidade para acomodar novas palavras e usos, porém deve proteger seus princípios, normas e fundamentos. Num equilíbrio constante entre flexibilidade e formalidade.
Quando a base da educação gramatical é fraca ela não consegue perpetuar suas regras, tampouco seu uso; e assim acaba sucumbindo. Por razões escusáveis e inexcusáveis também, parcela generosa da população de um dado país não tem acesso ao conhecimento básico de seu próprio idioma, o que é muito triste e comprometedor, além de revelador. E mais, é impactante durante todo o ciclo de vida e restringe a capacidade de muitas pessoas, alienando e marginalizando outras tantas. O entendimento fica comprometido; e obviamente a expressão, individual e também coletiva, é prejudicada. A linguagem correta existe para ser usada – e apreciada! Ela deve ser ensinada e respeitada!
O conhecimento da gramática em culturas antigas era considerado um poderoso feitiço. Nada mais compreensível, haja vista seu poder encantador de além de instrumento para comunicar, ser capaz de fascinar, manipular ou conduzir. A boa oradora, o bom escritor, o bom ator, a boa interlocutora – todos têm em comum uma certa bagagem gramatical que vão aprimorando constantemente e descobrindo novas formas apropriadas e coerentes de usá-la e de contextualizá-la. As palavras podem ser traiçoeiras, dúbias; ou claras e construtivas. A mensagem e o discurso podem ser entendidos ou distorcidos também de acordo com a bagagem gramatical e propriedade cultural dos interlocutores. Entretanto, a habilidade gramatical tem sido negligenciada na sociedade atual. O domínio gramatical, seja no discurso artístico, nas produções literárias, nas redes de dados ou nas comunicações cibernéticas, é o protagonista oculto, porém crucial. Consistência gramatical não é ostentação, é primordial!  

by Ale Madia

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