Desumanidade


Os ciclos de desumanidade continuam prosperando, apesar das dores, das memórias, da história. É preocupante! A desumanidade está infiltrada, e assim ainda permeia todas as sociedades. A desumanidade é, por assim dizer, tradução da ignorância que assume posição de superioridade, e a banalização da crueldade. Se em 2020 mentes ignorantes ainda exaltam uma presunçosa superioridade para poder justificar a desumanidade – é preciso soar o alarme, pois é mesmo alarmante que nada tenha sido aprendido com os horrores mais do que documentados do Holocausto. A negação ou o esquecimento também são sinais de desumanidade! A construção de versões mais convenientes, ainda que por uma minoria, também é um sinal inequívoco de falta de humanidade. A mente humana saudável é capaz de experimentar empatia, solidariedade na dor, e respeito! A mente insana, doente ou complacente, perturbada – profundamente equivocada – é a produtora dos horrores em suas distintas proporções.
A desumanidade precisa, urgentemente, ser lembrada, para que possa ser combatida, veemente e permanentemente. A desumanidade do Holocausto ainda ecoa entre comunidades e nacionalidades. A desumanidade atual se baseia no conceito de superioridade, assim como toda desumanidade. A convicção de que o diferente precisa ser exterminado é a mais doentia e insana, mas que, no entanto, tem sido proclamada pública e repetidamente por grupos presentes em sociedades ditas desenvolvidas. O menor grau de aceitação destas aberrações, que desconhecem limites de civilidade e de humanidade, deve ser questionado e combatido – com mais informação e educação, preferencialmente. Quem desconhece ou ignora a história da civilização provavelmente está fadado ao inebriante e perigoso jogo de versões e adaptações da realidade circunstancial. Um passado esquecido é certeza de um presente sem lições e de um futuro preocupante. Os erros deveriam ensinar, educar e humanizar. Os crimes cometidos contra a humanidade deveriam a todos constranger. O repúdio deveria ser a óbvia resposta para a desumanidade, seja ela passada ou presente. Tem sido a resposta da maioria, quando deveria ser a uníssona resposta da totalidade da humanidade.

by Ale Madia

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