Exposição
Uma crise sem
precedentes expõe. Expõe prioridades individuais e coletivas. Revela valores
sociais, expõe os valores culturais e testa mais do que nunca habilidades –
intelectuais e emocionais. A exposição deixa à mostra o foco, o despreparo, o
amparo, o improviso, a solidariedade, a desigualdade, a humanidade, a
capacidade de superação, as lacunas, os privilégios, o planejamento, a
flexibilidade, a vontade, a estupidez, a insensatez, a realidade.
Esta exposição
integralmente peculiar muito se parece com uma exposição comum, ambas
possibilitam a cada qual ou a cada grupo vislumbrar aquilo que lá está, para
ser revelado e constatado. Ou em alguns casos a exposição também revela a
cegueira, proposital ou acidental, daqueles que nada podem interpretar, nada
podem enxergar além daquilo que estiver explícito.
A exposição
pode ser até mesmo incontestável e desnudar o inenarrável, e ainda assim, não
impactará da mesma maneira observadores e participantes – atentos, desatentos,
sinceros, prudentes, conscientes, inúteis, inconsequentes, doentes, saudáveis,
equivocados, afáveis, louváveis, subjugados, organizados, dispersos;
espectadores e expectadores!
A percepção da
tremenda exposição vai, aos poucos, sendo moldada pelos duros fatos e pelos
relatos. Os observadores vão, pouco a pouco, também sendo afetados por tudo que
está sendo exposto. Os filtros vão sendo, lentamente, desautorizados pelas
circunstâncias – tristes e comoventes. Nesta imensa exposição as máscaras caem!
As conclusões
precipitadas e pobremente embasadas despencam e não mais se sustentam diante da
comoção real. As afirmações imprudentes vão tentando emoldurar a exposição, sem
sucesso. Na mais cruel exposição que tudo e a todos afeta só há a certeza de
que tudo está, não mais será. A exposição terá o poder de transformar o que
restar!
by Ale Madia
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