Insulanas


As pessoas vivem em ilhas, são insulanas. Elas pertencem a bolhas, inúmeras e diversas. As pessoas habitam com naturalidade círculos sociologicamente delimitados. E as pessoas se habituam!
As pessoas que ousam visitar outras ilhas são surpreendidas. A surpresa da receptividade! Ou o espanto da não aceitação! Insulanas estão acostumadas com um certo padrão. Insulanas, por sua natureza, não aceitam rearranjos, a menos que sejam apenas ocasionais. A presença pode ocorrer nas ilhas estranhas, porém é circunstancial.
As pessoas insulanas não apresentam disposição para alternância em seus paradigmas. Insulanas não são hábeis para a compreensão de ilhas alheias. Insulanas são predispostas a manutenção, não flertam com referências desconhecidas. Essas pessoas se sentem até mesmo incompreendidas.
As pessoas insulanas são indiferentes. Apreciam apenas um certo tipo de gente. Insulanas acreditam em superposição, não em colaboração. Essas pessoas estão fadadas e dispostas a permanecerem em suas bolhas, conhecidas e seguras. É assim que se sentem protegidas.
Hoje precisamos de pessoas que não sejam insulanas! Hoje necessitamos de mentes dispostas a aceitação! Hoje, mais do que nunca, carecemos de interlocução. Hoje é urgente abandonar ilhas, bolhas, e abrir os olhos para a importância da colaboração. Mesmo as pessoas insulanas. São essas que mais precisam de oxigenação. Elas devem ser estimuladas para participar de uma nova configuração; de ilhas ou não!

 by Ale Madia

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