Dor
As dores físicas,
as dores emocionais, as dores duradouras e as circunstanciais, ambas afetam em
diferentes proporções, porém a todos. Não há uma pessoa sequer imune às dores.
Ninguém está livre do sofrimento, das dores e do poder dilacerador de uma dor
em si e de suas consequências inegáveis. Aquele que se vangloria de sua braveza
também poderá ser afetado a qualquer momento, apesar de sua estúpida
incredulidade. Para os que se consideram imunes a todo e qualquer tipo de
sofrimento, a dor geralmente se apresenta como uma barreira intransponível,
talvez apenas para lembrar que sua negação pode desabar em instantes. Os
recursos que cada um possui ou carrega influenciam no enfrentamento das dores,
mas não livram ninguém de desconfortos, de complicações, de implicações, de
silenciosas constatações. Respeitar a dor é uma lição que ela mesma se
encarrega de ensinar – sem exceção! Respeitar a própria dor é aceitar a
condição de ser, mais do que tudo, humano. Respeitar a dor alheia, em sua integralidade,
é para humano consciente de sua própria fragilidade e mortalidade. A dor virá,
a seu tempo e na proporção necessária. Estabelecer um diálogo com ela é exercer
uma sábia habilidade.
As dores
alheias sempre parecem mais amenas e afetam, quem sabe, mais tardiamente. As
dores próprias são instantâneas, implacáveis. Ambas dilacerantes, admitidas ou
não, corajosamente expostas ou covardemente veladas. A empatia é apenas para
quem sabe o que é dor. Não há hierarquia quando o assunto é dor, é só uma falsa
percepção de ser ileso. Não há dor mais, ou menos importante, é só uma
equivocada compreensão, ou melhor, falta de compreensão. Não há recompensa na
dor alheia, quando se é capaz de ser humano. Não há aprendizado na dor própria,
quando, e apenas enquanto, o humano acredita em sua divindade. Humanos e desumanos,
estão todos, sujeitos às dores. Aceitá-las é condição para superá-las, quando
possível. Evitá-las é apenas subterfúgio para escolhas ignorantes e opções
arrogantes.
A dor virá, e
não há nada que valentes possam fazer para impedir. A dor certa virá para cada
um, quando menos se esperar. Sucumbir ou melhorar, negar ou aceitar, são
imposições que as dores carregam. Aprender a conviver, com as dores, e com os
seres humanos e desumanos, é tarefa inevitável. Para todo tipo de dor: afeto e
respeito! Esse discernimento é o que distingue os humanos dos desumanos!
by Ale Madia
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